Imagine ficar 9 meses internado em uma CTI, parte desse período intubado com Covid-19, sofrendo com solidão, dor, escaras, dificuldade para respirar, infecções e sequelas.
O drama que afeta milhares de pacientes que foram infectados pelo novo coronavírus no mundo, vem sendo vivenciado pelo servidor público municipal Nilson José Severo e sua família. Nilson, 56 anos, que trabalha como motorista do transporte escolar em São Pedro do Sul, positivou para a doença em 9 de maio de 2021. No dia 12 do mesmo mês, o quadro se agravou e ele foi levado de ambulância direto para a CTI do Hospital São Francisco em Santa Maria, onde permaneceu entubado, respirando com ajuda de aparelhos por 21 dias.
“Tiraram o tubo, mas deixaram ele na CTI. Depois levaram para o quarto com escaras na região das nádegas (lesões e feridas na pele que surgem como consequência de uma grande pressão aplicada na pele)”, conta a esposa, Jocelaine Cezar Severo.
Nilson então ficou cerca de 40 dias no Hospital São Francisco e após foi transferido para o Hospital de Caridade onde desde então, permanece internado. “Vai fazer um ano que vivemos esta angústia. Neste tempo ele já ficou uns nove meses só na CTI, com infecções, com bactérias, não teve o que não aparecesse no corpo do Nilson. Agora ele está usando traqueostemia (intervenção cirúrgica que consiste na abertura de um orifício na traqueia e na colocação de uma cânula para a passagem de ar), se alimentando por sonda e não caminha. Eu chego lá e ele entende o que falo, quando mostro a foto dos nossos filhos ele chora e faz sinal que quer vir pra casa, sair de lá” diz Jocelaine.
Além da aflição pelas condições de saúde de Nilson, nesse período começaram também os problemas financeiros da família devido aos gastos em razão da doença. Para custear as despesas ao longo destes meses, a família já esgotou as economias do casal e com a ajuda de amigos e voluntários realizou um risoto beneficente no sábado, dia 9. “Ele já fez três cirurgias e terá que fazer outras para se recuperar da ferida aberta pela escara. Não tem previsão de alta. Durante a semana pagamos uma pessoa para ficar com ele de dia, uma para noite e nos sábados e domingos nos revezamos entre eu e os filhos. A gente trabalha durante a semana. Ele precisa ser virado de duas em duas horas, perdeu massa muscular e não tem coordenação”, explica a esposa.
Nos últimos dias a família e voluntários iniciaram a venda de uma Ação entre Amigos no valor de R$2, sorteando seis prêmios doados pela comunidade. Interessados em colaborar de alguma forma ou ajudar na venda da Ação entre Amigos, podem ligar para o fone 99989 5987. Quem desejar fazer doações em dinheiro, podem fazer o depósito na conta 1282-3 na agência do Banco do Brasil em São Pedro do Sul.