Em uma sessão de recuperação da moeda americana, que ganhou terreno sobre boa parte das emergentes, o dólar avançou mais de 0,20% para encerrar a terça-feira, 23, cotado a 5,59 reais.
Não precisava, mas o presidente Lula acabou por ajudar na alta da divisa dos Estados Unidos colocando em dúvida o ajuste fiscal, novamente. Enquanto o mercado ainda digeria o anúncio de que o governo vai buscar atingir, pelo menos, o teto da meta fiscal, o presidente voltava a defender a política de ganho real do salário mínimo em evento com organizações de movimentos sociais.
A estratégia de valorização do salário mínimo têm pressionado as despesas com a Previdência Social e colocado sob risco o equilíbrio das contas públicas, uma vez que Lula se recusa a cortar gastos em outras áreas.
Os juros futuros também reagiram às dúvidas sobre o fiscal e adicionaram até 14 pontos base nas taxas com vencimentos intermediários e longos.
O Ibovespa, principal índice acionário do país, não resistiu às pressões dos juros e cedeu 0,99% na sessão, para encerrar o dia em 126,6 mil pontos. A queda nos preços das commodities empurraram as principais ações do índice – Petrobras e Vale – para o terreno negativo.
Entre as sete principais contribuições para o fechamento com perdas do indicador, apenas uma ação não estava relacionada às matérias-primas. Vale (-1,34%), Petrobras (-1,29% PN; -1,41% ON) e Eletrobras (-1,56%) foram as maiores detratoras do Ibovespa na terça-feira.