O governador Eduardo Leite anunciou, em reunião virtual com a Federação da Associação de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) na tarde desta quinta-feira (25), que tomou a decisão de suspender temporariamente a cogestão no modelo de distanciamento controlado. As medidas entram em vigor a partir de sábado (27). Assim, as cidades que estão nas regiões em bandeira preta e tomaram medidas mais flexíveis do que as estabelecidas nesta classificação, como Porto Alegre, terão de aumentar suas restrições. Inicialmente, a norma, que traz restrições rigorosas de circulação de pessoas, valerá por uma semana.
Nesta sexta-feira (26), uma nova rodada de classificação das 21 regiões de covid-19 terão as bandeiras anunciadas e terão de cumprir os protocolos correspondentes na semana seguinte, sem hipótese de abrandamento por regras locais previstas pela cogestão, por ora suspensa.
No momento, há 11 regiões do mapa da covid-19 em bandeira preta, de altíssimo risco, com regras que aproximam as regiões inseridas de um lockdown. Para a classificação desta sexta-feira (26), a tendência é de que todas as regiões, inclusive a de Santa Maria onde São Pedro faz parte, sejam alçadas à bandeira preta. Diante de uma ocupação superior a 90% dos leitos de UTI no RS e de números negativos que aumentam a cada novo dia, a Secretaria da Saúde (SES) acionou nesta quinta-feira (25) o último nível da fase 4 do Plano de Contingência Hospitalar, montado no início da pandemia. “Esta é maior taxa de ocupação até agora, uma situação de extrema gravidade, e será necessária a utilização de espaços disponíveis em cada instituição da rede hospitalar do Estado”, explica o diretor do Departamento de Regulação Estadual, Eduardo Elsade.
Além da suspensão imediata das cirurgias eletivas (com exceção das cirurgias de urgência ou que representem risco para o paciente), deverão ser instalados leitos emergenciais em salas de recuperação e em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) intermediárias. Junto à ocupação dessas áreas a serem disponibilizadas, deverão também ser acionadas as equipes técnicas desses setores, especialmente as equipes médicas e de enfermagem.
“A partir de agora, os hospitais gaúchos, entre públicos e privados, têm o compromisso de disponibilizar toda a sua estrutura para atendimento de casos de Covid-19, porque estamos na fase mais crítica, que precisa de atitudes mais drásticas”, explicou a secretária da Saúde, Arita Bergmann.
Conforme indicava o mapa de leitos no início da tarde desta quinta-feira (25), 2.698 leitos de UTI estavam ocupados no RS, incluindo leitos com atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e os privados, a maior taxa de ocupação da pandemia. A lista de espera por leitos em UTI também só cresce.
No dia 13 de fevereiro, dois pacientes em estado gravíssimo aguardavam transferência para um leito de UTI. Nesta quinta, o número de pacientes com risco de morte esperando atendimento de UTI é de 30. Outro dado preocupante é cerca de 60% dos pacientes que internam em UTIs morrem.