O crime aconteceu na tarde de segunda-feira (12), Dia da Criança, e comoveu o Estado nas redes sociais. Um adolescente de 13 anos perdeu de uma forma absurda o seu bichinho de estimação, a vira-latas Belinha. A “pet”, que aguardava o garoto do lado de fora de um mercado em Sapucaia do Sul (Região Metropolitana de Porto Alegre), foi morta pelo dono do estabelecimento com um tiro de espingarda de pressão. Motivo: ele teria se irritado com a presença do animal.
O incidente ocorreu no Loteamento Nascer do Sol, bairro Boa Vista, e fez com que o empresário fosse preso em flagrante pela BM (Brigada Militar), com base na recém-sancionada lei federal que endurece a punição a quem comete maus-tratos contra animais. Sem direito a fiança, o homem poderá ser condenado a uma pena de até cinco anos de prisão. Ele alega que atirou apenas para assustar a cadela.
A morte do animal revoltou moradores do entorno, que chegaram a cercar o mercado e ameaçar o comerciante. A chegada da BM, no entanto, evitou que o incidente tivesse desdobramentos ainda mais sérios.
De acordo com jornais da capital, vídeos gravados por vizinhos e postados em redes sociais mostram o tamanho do amor que ele tinha pela cadela. Já com o animal morto, o garoto permaneceu com ela em seu colo, chorando e pedindo para que ela reagisse.
“Ô, Belinha, tá me ouvindo?”, clamava o menino, com os braços sujos de sangue da cadela.
Apesar da dor, o garoto decidiu que ele deveria enterrar Belinha, pedindo para um vizinho que tem conhecimentos de marcenaria para fazer uma cruz. Depois, com ajuda de adultos, pintou com tinta branca no objeto o nome de sua cadela. O garoto, abriu a pequena cova e despediu-se dela na mesma pracinha onde brincou nos últimos anos com a sua melhor amiga.
O delegado regional de Canoas, Mario Souza, afirma que o caso será tratado com rigor e entrará no bojo das investigações da Operação Arca, ação permanente da Polícia Civil contra maus-tratos a animais na região. “O crime já é grave, e, nesse contexto, com a morte do animal e na frente da criança, chama ainda mais atenção e destaca mais a gravidade do crime. Não é algo a ser tratado como simples, certamente a criança terá um trauma devido a essa situação. Isso é barbárie, o que não pode ser permitido. Vamos atuar com todo o rigor da lei”, manifestou o delegado.
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