As perdas financeiras provocadas pela estiagem nas lavouras de soja, milho e arroz em São Pedro do Sul, na região central do RS, deverão representar um prejuízo estimado em R$ 102 milhões aos produtores rurais do município, segundo levantamento realizado nesta semana por representantes da Emater, secretaria da Agricultura, cooperativas, Inspetoria de Defesa Agropecuária e dos sindicatos Rural e dos Trabalhadores Rurais.
As maiores perdas estão nas lavouras de soja, onde os prejuízos podem chegar a R$ 90 milhões nas 20 mil hectares cultivadas com a oleaginosa no município. A estimativa de produção baixou de 50 para 25 sacos em média por hectare.
Já as estimativas de perdas nas lavouras de milho já chega a 60% na produção nas 2.000 hectares do grão cultivadas no município. A expectativa da colheita era de 66 sacas por hectare, o que deverá ficar em média de 26.5 sacas, causando um prejuízo de aproximadamente R$ 8 milhões. “Muitos produtores estão optando em fazer silagem com o milho que seria destinado a produção de grão, numa tentativa de minimizar o prejuízo, explica Alexandre Costa, técnico da Emater de São Pedro do Sul.

Já nas lavouras de arroz as perdas deverão ficar em 10% nas 4.000 hectares cultivadas no município, provocando um prejuízo de aproximadamente R$ 4,2 milhões aos agricultores. A estimativa de produção caiu de 166 sacos por hectare para 150 sacos.
Na tarde da quarta-feira (26/1), a chuva atingiu o município, chegando a alcançar mais de 50 mm de precipitação em algumas regiões amenizando a seca. “Daqui para frente a produção pode estabilizar e não aumentar as perdas, porém o que foi perdido, está perdido”, principalmente nas lavouras onde ocorreram morte das plantas, esclarece Alexandre.
De acordo com o técnico da Emater, a produção de grãos ainda vai depender da normalização das precipitações que dará ou não condições hídricas adequadas para completar o ciclo das culturas . “Se faltar chuva a situação poderá se agravar ainda mais” salienta.
“Existem outras perdas como na pecuária de corte, pecuária de leite, frutíferas e hortaliças que mais a frente teremos maiores condições de avaliar. Esta realidade é bastante preocupante para o setor que ainda terá o agravante da suba dos insumos utilizados nas lavouras, o que certamente aumentará drasticamente o custo de produção para safra seguinte”, complementa Alexandre.
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