A Secretaria Municipal de Saúde acendeu o alerta para o aumento no número de casos de tuberculose em São Pedro do Sul. Segundo a enfermeira epidemiológica do município, Gabriele Braibante Pereira, a situação chama atenção porque foge do padrão já registrado.“A preocupação da Secretaria Municipal de Saúde foi que o normal eram dois casos espaçados em tratamento. E, nos últimos 15 dias, tivemos três casos confirmados e estamos com dois com sintomas sugestivos aguardando resultado. Preocupante também, pois os pacientes necessitaram de internação hospitalar”, destaca ela.
A tuberculose é uma doença infecciosa e transmissível, que afeta principalmente os pulmões e se espalha pelo ar quando a pessoa doente tosse, fala ou espirra. Gabriele reforça a importância de a população ficar atenta aos sintomas. “Tosse persistente por mais de três semanas, febre baixa no fim do dia, suor noturno, cansaço e perda de peso são sinais que merecem atenção”, explica a enfermeira.
O diagnóstico e o tratamento são gratuitos e disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e o município mantém acompanhamento de todos os casos confirmados. “A detecção precoce e o tratamento correto são fundamentais para interromper a transmissão e proteger toda a comunidade. O tratamento tem duração de seis meses, com uso diário de medicamentos”, acrescenta a enfermeira.
De acordo com Gabriele, quando um caso tem resultado positivo para Tuberculose, o acompanhamento se estende também aos familiares e pessoas que convivem diariamente com o paciente, os quais precisam realizar o teste. A profissional reforça ainda uma recomendação essencial: “Confirmou Tuberculose, faça o tratamento completo, com duração de seis meses. É importante ressaltar que a doença tem cura”, afirma.
A Secretaria Municipal de Saúde reforça o pedido para que quem apresentar sintomas procure a Unidade de Saúde mais próxima. Cuidar da saúde e interromper a transmissão é uma responsabilidade de todos.
SAIBA MAIS
Transmissão
A transmissão da tuberculose acontece por via respiratória, pela eliminação de aerossóis produzidos pela tosse, fala ou espirro de uma pessoa com tuberculose ativa (pulmonar ou laríngea), sem tratamento. Quando outras pessoas respirarem essas partículas, há a possibilidade de se infectarem. Calcula-se que, durante um ano, em uma comunidade, uma pessoa com tuberculose pulmonar e/ou laríngea ativa, sem tratamento, e que esteja eliminando aerossóis com bacilos, possa infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.
A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados. Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e talheres dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não têm papel importante na transmissão da doença.
Importante: Com o início do tratamento, a transmissão tende a diminuir gradativamente, e em geral, após 15 dias, o risco de transmissão da doença é bastante reduzido.
O bacilo é sensível à luz solar e a circulação de ar possibilita a dispersão das partículas infectantes. Por essa razão, ambientes ventilados e com luz natural direta diminuem o risco de transmissão. A etiqueta da tosse, que consiste em cobrir a boca com o antebraço ou lenço ao tossir, também é uma medida importante a ser considerada.
Diagnóstico
No Brasil, o diagnóstico da Tuberculose é realizado conforme preconizado no Manual de Recomendações Para o Controle da Tuberculose no Brasil, sendo subdividido em diagnóstico clínico, diferencial, bacteriológico, imagem, histopatológico e por outros testes diagnósticos. Para a rede laboratorial, as orientações e recomendações para o diagnóstico laboratorial de micobactérias estão contidas no Manual de Recomendações para o Diagnóstico Laboratorial de Tuberculose e Micobactérias não Tuberculosas de Interesse em Saúde Pública no Brasil.
Além do diagnóstico laboratorial, a avaliação clínica é de suma importância para o diagnóstico e a realização da radiografia do tórax é indicada como um método complementar para esse diagnóstico.
Tratamento
O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses, é gratuito e está disponível, exclusivamente, no Sistema Único de Saúde (SUS). São utilizados quatro medicamentos para o tratamento dos casos de tuberculose que utilizam o esquema básico: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A tuberculose tem cura quando o tratamento é feito de forma adequada, até o final.
Prevenção
A vacina BCG (bacilo Calmette-Guérin), ofertada no Sistema Único de Saúde (SUS), protege a criança das formas mais graves da doença, como a tuberculose miliar e a tuberculose meníngea. A vacina está disponível nas salas de vacinação das unidades básicas de saúde e em algumas maternidades.
Importante: Essa vacina deve ser ministrada às crianças ao nascer, ou, no máximo, até os 4 anos, 11 meses e 29 dias.
Para reduzir o risco de transmissão da tuberculose em casa e em locais públicos, recomenda-se manter os ambientes bem ventilados e com entrada de luz solar, praticar a higiene da tosse (cobrindo a boca com o antebraço ou um lenço ao tossir e espirrar) e evitar aglomerações. Já em serviços de saúde e instituições com espaços fechados ou com alta circulação de pessoas, é essencial adotar estratégias de controle da infecção, incluindo medidas administrativas e gerenciais, ações ambientais e o uso de equipamentos de proteção respiratória
(Fonte: Ministério da Saúde)
Por Andressa Scherer Tormes

























































