O destino do Hemocentro de Santa Maria, referência para 40 municípios da Região Central, foi discutido hoje (23) pela manhã na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Assembleia Legislativa. Audiência pública reuniu lideranças regionais e servidores do órgão, que temem o fechamento da unidade, e autoridades estaduais, que asseguram a continuidade dos serviços.
Ao responder uma bateria de questões levantadas pelo proponente do encontro, a secretária de Saúde, Arita Bergmann, foi categórica ao afirmar que “o fechamento nunca esteve, não está e não estará nas decisões desse governo. Muito antes pelo contrário. Estamos em tratativas com a Universidade de Santa Maria para resolver a questão.”
O problema que envolve o hemocentro diz respeito à situação funcional de 10 servidores da Universidade Federal de Santa Maria que atuam no órgão. Com o convênio entre a universidade e a Fundação Estadual de Produção e Pesquisa em Saúde (FEPPS)/Hemocentro do Estado do RS (Hemorgs) vencido, a cessão dos servidores deveria ter também encerrado. No entanto, a permanência dos trabalhadores foi mantida “no braço e com a cabeça na guilhotina para evitar prejuízos à população”, conforme revelou o reitor da Universidade de Santa Maria, Paulo Afonso Burmann, enquanto buscava construir uma solução com o Estado.
Segundo Burmann, as tratativas com o Poder Executivo estadual iniciaram em gestões anteriores, mas só agora está chegando a bom termo. “O governo está entendendo a necessidade de regularizar essa situação, reconhecendo, inclusive, o ressarcimento relativo à cedência dos servidores”, apontou.
A secretária de Saúde assegurou que não haverá redução de nenhum dos serviços já prestados pelo hemocentro. A intenção é buscar parcerias para qualificar o espaço, resolver os problemas de estrutura física e realizar campanhas de doação de sangue. “A pandemia atrasou o processo, mas estamos trabalhando para melhorar”, afirmou.
Já a coordenadora-adjunta do Hemocentro do Estado, Kátia Brodt, disse que a coleta, processamento e exames hematológicos continuarão a ser feitos no hemocentro e que 90% de sua produção continuará sendo destinada ao HUSM, que atende pelo SUS e ficará encarregado de realizar o “atendimento assistencial aos pacientes”. (Fonte: AL/RS)