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Projeto vai preservar sítio arqueológico da Pedra Grande em São Pedro do Sul

Será construída uma passarela, com extensão total de aproximadamente 60 metros, para facilitar o acesso e a visualização, evitando que os visitantes subam no local e promovendo também a preservação do sítio arqueológico. Imagem: Divulgação PMSPS.

Mais acessibilidade, segurança e um espaço acolhedor para os visitantes. Em breve, o sítio arqueológico da Pedra Grande, localizado no interior de São Pedro do Sul terá essas características, com a implantação do projeto “Musealização do sítio arqueológico Abrigo da Pedra Grande”. A iniciativa é resultado de uma compensação sugerida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) a um empreendedor do setor hidrelétrico, através de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). “A escolha da Pedra Grande foi feita pela Superintendência do IPHAN-RS levando em consideração a relevância do sítio arqueológico no âmbito regional e estadual. Dentro do programa de musealização do sítio arqueológico figuram, a pedido do IPHAN, diversos itens que estão sendo cumpridos desde o ano de 2024”, afirma a arqueóloga Juliana Soares, responsável pelo projeto. 

Entre as etapas do projeto que estão sendo realizadas desde o ano anterior estão: o resgate e reunião da informação de todas as pesquisas arqueológicas previamente realizadas no sítio. (as pesquisas datam desde a década de 1960, por arqueólogos renomados e instituições de pesquisa gaúchas (UFRGS, PUCRS, UFSM). Também a avaliação da conservação do painel de arte rupestre, considerando os danos prévios e as medidas necessárias para a conservação; o levantamento topográfico e o recadastramento do sítio; a elaboração de projeto e execução de uma estrutura arquitetônica de apoio ao visitante;a elaboração de um plano museológico para o sítio, onde constam ações a serem realizadas de forma contínua no local.

Segundo o arquiteto Vagner Perondi, a estrutura foi planejada pensando em atender as demandas sugeridas pelo IPHAN, as necessidades de qualificação da área para recepção de visitantes, entre estas a segurança das pessoas e preservação do sítio arqueológico. A concepção do projeto foi definida considerando os diálogos com a comunidade e órgãos de patrimônio municipal, procurando contemplar as demandas e sugestões de quem, de fato, utiliza o local.

Infraestrutura

Será construída uma passarela, com extensão total de aproximadamente 60 metros, para facilitar o acesso e a visualização, evitando que os visitantes subam no local e promovendo também a preservação do sítio arqueológico. O primeiro trecho da passarela será feito de madeira e a estrutura será de aço galvanizado. 

Imagem: PMSPS / Divulgação

Também será instalado um mirante atrás da Pedra Grande, para que durante as visitas seja visualizada a Redução de São José. “O mirante está previsto para ser construído no vão que existe no final do bloco, se projeta para a observação da paisagem. O arquiteto considerou o hábito relatado pelos moradores de subir na pedra por esse vão e ressignificou criando um mirante, de modo que permaneça a tradição de contemplar a paisagem. Sem, no entanto, agredir a pedra e colocar o visitante em risco”, afirma Juliana. 

Para a diretora do Departamento de Cultura do Município, Mariana Binato de Souza, a iniciativa possibilitará uma maior compreensão da importância histórica da Pedra Grande. “O projeto de musealização da Pedra Grande faz com que nós possamos enxergar com mais clareza a potência que a primeira fase jesuítica trouxe para São Pedro do Sul. Mesmo que não tenhamos ruínas como nos municípios da segunda fase jesuítica, o nosso município foi o berço da primeira fase, um período que foi muito importante para as subsequentes. O projeto ainda complementa o Centro da Redução de São José que será construído no trevo de acesso do município.  Desta forma os turistas e visitantes do  Centro de Interpretação poderão ter melhores condições de visitação no espaço da Pedra Grande que se tornará um espaço acolhedor e com uma infraestrutura turística mais adequada”, destaca Mariana.

Curso de formação

Também será realizado um curso de formação para professores, que integra o projeto complementar financiado pelo edital da PNAB/SEDAC-RS/Ministério da Cultura. O objetivo é qualificar ainda mais os educadores para que possam, entre outros, melhor aproveitar da estrutura que está sendo instalada no sítio arqueológico, assim como levar a temática da arqueologia e paleontologia para a sala de aula. 

Imagem: Divulgação / PMSPS

O curso de formação de arqueo-educadores deve abordar questões pertinentes à legislação da arqueologia e paleontologia, a definição conceitual destas áreas, apresentar os resultados das pesquisas arqueológicas e paleontológicas que foram realizadas no município ao longo dos anos, bem como sugerir usos das temáticas em sala de aula. 

“Percebemos que São Pedro do Sul está envolvida em muitas iniciativas de preservação de seu patrimônio, Geoparque Raízes de Pedra, Projeto Missões, agora o Programa de Musealização da Pedra Grande. Neste sentido, é necessário preparar as próximas gerações para conhecer e saber lidar com o patrimônio cultural/natural do município. Neste sentido, nada melhor que trabalhar com os professores que são os formadores das futuras gerações”, afirma a arqueóloga Juliana.

A diretora Mariana destaca que é preciso abordar a primeira fase das redes jesuíticas em todo o território do município e região. “Para isto a CUME,  empresa que está responsável pelo projeto de musealização da Pedra Grande, criou um curso visando capacitar os professores do nosso município sobre as potencialidades pedagógicas que a Pedra Grande possui. Sempre digo que os estudantes são os melhores meios de comunicação e propagação da história do nosso município e através do conhecimento dos professores eles irão construir o sentimento de pertencimento missioneiro”, reforça Mariana.

O curso é gratuito e será realizado nos dias 6 e 14 de maio, com vagas limitadas para os professores do município. As inscrições podem ser feitas através do link: https://forms.gle/Cv4v574ECZ9E8qEK6 

Empresas responsáveis

São dois projetos distintos. Na construção da infraestrutura e ações junto ao IPHAN, o financiamento da Rincão de São Miguel Energia S.A., a execução pela Celtes Ambiental e Cume Projeto, esta última responsável pela viabilidade das questões ligadas à arqueologia, pesquisa e projetos arquitetônicos.

No projeto da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) apenas a Cume Projeto está envolvida como produtora cultural cadastrada junto à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac).

Investimento

O valor investido é em âmbito privado e será em torno de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais). Já o projeto PNAB, que é custeado com verba pública, é de 80.000,00 (oitenta mil reais).

Por Andressa Scherer Tormes

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