O desaparecimento da dentista Bárbara Machado Padilha, 32 anos, desafia a Polícia Civil do Rio Grande do Sul. Segundo a investigação, ela foi vista pela última vez na noite do último sábado (10), em um posto de combustíveis próximo à Santa Maria, a mais de 100 quilômetros de Tupanciretã, onde vive com o marido.
Tudo o que se sabe, até agora, é que a mulher saiu de casa, a bordo de um táxi ou veículo de transporte por aplicativo, supostamente sem avisar a ninguém e carregando apenas uma quantia desconhecida de dinheiro e um telefone celular – documentos e cartões bancários ou de crédito ficaram na residência.
As tentativas de contatá-la depois disso têm sido em vão, já que as ligações caem automaticamente na caixa de mensagens. As autoridades ainda não obtiveram um cruzamento de dados que possam apontar de forma mais precisa os possíveis deslocamentos da desaparecida ou do aparelho.
Imagens gravadas por uma câmera de segurança do posto de combustíveis mostram Bárbara sozinha, comprando uma garrafinha de água mineral e um sorvete na loja de conveniência do posto e deixando o local no começo da noite de sábado, por volta das 19h50min. A mulher havia chegado ao estabelecimento cerca de 20 minutos antes. Ainda não está claro se ela voltou a embarcar no carro contratado ou se afastou a pé.
As testemunhas ouvidas até o momento pela Polícia Civil, incluindo o marido (um advogado) e a mãe, manifestaram estranhamento, já que ela aparentemente teria deixado Tupanciretã de forma voluntária e, na avaliação de familiares e outras pessoas próximas, Bárbara não teria motivação para desaparecer – tais como dívidas ou problemas de trabalho e relacionamento social.
Embora rejeite, ao menos a princípio, a hipótese de depressão como causadora do desaparecimento, o marido da dentista disse aos investigadores que, recentemente, ela vinha apresentando um comportamento diferente do habitual, mais quieta e, aparentemente, sem motivação.
Uma descoberta de um fato recente e curioso, no entanto, “disparou o alerta” da Polícia para uma possível fuga que pode ter sido planejada por Bárbara: na sexta-feira (9), véspera do dia em que foi vista pela última vez, ela chegou a acionar um serviço de táxi-executivo para fazer a viagem até Santa Maria.
Mas o serviço acabou recusado pelo motorista, já que a mulher apresentou outro nome, levando o taxista a temer algum tipo de golpe ou mesmo assalto. E reforçando essa linha investigativa, chegou aos investigadores um relato de que a dentista já havia orçado valores e condições, aproximadamente duas semanas antes, para um frete nos mesmos moldes.
Uma das últimas pessoas a encontrar a dentista foi a amiga e colega de profissão Márcia Severo. Elas se encontraram por volta das
13h30 do mesmo dia, quando Márcia foi ao consultório de Bárbara, em Tupanciretã, para atender a dois pacientes.
Segundo Márcia, a dentista recorria a ela para casos de implantes, sua especialidade, e as duas conversaram sobre assuntos de trabalho e carreira.
“Ela tinha planos pro futuro com o marido. E, inclusive, fez alguns investimentos no escritório”, conta Márcia.
A amiga relatou ainda que Bárbara havia manifestado a intenção de construir uma casa, no começo do ano, e comprou um scanner odontológico recentemente.
Na segunda-feira (12), as buscas começaram já durante a manhã dentro de um perímetro traçado pela Polícia Civil nas proximidades de Santa Maria. As buscas, que contam com o reforço de integrantes do Corpo de Bombeiros e cães farejadores, resultou na localização nesta manhã de terça-feira (13), de uma ossada humana totalmente carbonizada em uma vala em uma mata ao lado da estrada entre Júlio de Castilhos e Tupanciretã. O local foi isolado pela Brigada Militar e a Perícia acionada para fazer a identificação do corpo.
Eventuais dicas sobre o paradeiro da dentista Bárbara Machado Padilha ou qualquer outra informação útil seja encaminhada à corporação. O número para contato é
(55) 3221-2809, ou diretamente por meio do telefone 181 (Disque Denúncia).