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Delegado de São Pedro do Sul avalia a atuação da polícia em 2024 e projeta as ações para o ano de 2025

Delegado Giovanni: “Não dá para dizer que é um efetivo pequeno, mas é insuficiente para a nossa realidade”. Foto: Gazeta Hoje

A Delegacia de Polícia de São Pedro do Sul, além das ocorrências na cidade, atende também os municípios de Dilermando de Aguiar, Toropi e Quevedos. De acordo com o titular da Delegacia, delegado Giovanni Lovato, no ano de 2024,  entre os principais crimes registrados na região estiveram os que ocorreram no interior como furtos em residências e abigeatos, além de ocorrências de estelionato e violência doméstica.

Estelionato

De acordo com o delegado Giovanni, os registros de estelionato na maioria das vezes envolvem compras de veículos, de telefone celular e empréstimos com taxas muito favoráveis. “São casos em que as pessoas deveriam desconfiar, mas acabam muitas vezes na boa fé, em uma situação de aperto, comprando o carro ou realizando o empréstimo por ser mais barato, fechando negócio e pagando antecipadamente por algumas taxas para transferência de veículo ou uma taxa de um crédito e caem nesses golpes. A gente tem esses registros praticamente todos os dias e isso exige de nós um trabalho especializado”, afirma o delegado.

Giovanni recorda que no ano de 2023, uma senhora foi vítima do chamado “Golpe do Bilhete”. “O golpe iniciou na cidade de Santa Maria, mas ela veio para cá e fez duas transferências no valor de mais de R$ 40 mil e esse ano nós conseguimos identificar a pessoa que recebeu esses valores, na cidade de Curitiba. Essa moça que recebeu os valores, foi indiciada e ela de algum modo também foi enganada por um outro grupo de criminosos para receber o valor, trocar por dólares e enviar para os criminosos. Então a gente não conseguiu recuperar aquele valor e temos diversos outros casos que são vítimas de golpes de valores menores, mas que para elas sabemos que faz muita diferença”, afirma Giovanni.

Outro crime que segundo o delegado ocorre há cerca de cinco anos e tem sido recorrente na região,  é o do golpe intermediário na venda de veículos. Nestes casos, os criminosos criam um anúncio falso a partir de um anúncio verdadeiro e falam para o interessado não conversar diretamente com a pessoa que está vendendo o carro. Se passam por um tio do vendedor ou alguém próximo, que está auxiliando nas negociações.  O comprador então faz a transferência para uma terceira pessoa, que não é aquela que realmente está tentando vender o veículo. “Eles usam a boa fé da pessoa que está tentando vender o veículo ou produto, enganam um possível comprador oferecendo uma vantagem econômica ou um preço abaixo e as vítimas acabam fazendo a transferência. São muitas as situações, mas é só pensar na compra de um veículo  ou de outro produto qualquer. O pagamento sempre é efetuado para uma revenda ou para aquela pessoa que realmente está vendendo o veículo, que a gente confere os documentos, vai no cartório junto muitas vezes, faz a transferência. Tudo pessoalmente, nunca por telefone”, alerta Giovanni.

Violência contra a mulher

Em São Pedro do Sul também chama a atenção os registros de casos de violência contra a mulher. Para o delegado, a dificuldade de relacionamento, de criar vínculos mais estáveis, se manifesta nas agressões. “Também questões de ciúmes, relacionamentos que terminaram mal, onde a vida não seguiu para uma das partes, geralmente para o homem. E acabam resultando em ameaças, agressões e perseguições”, afirma ele.

Giovanni reforça  a importância das vítimas se dirigirem até a Delegacia de Polícia para fazer o registro da ocorrência. “Tem casos em que as mulheres procuram a delegacia e relatam que já sofrem essa violência há muitos anos  e que só tiveram coragem agora para procurar ajuda. A gente sabe que para as mulheres em situação  de violência de longo período isso é difícil, mas a Polícia Civil oferece todo o apoio assim como a Brigada Militar para que as vítimas procurem, façam seu registro e se acharem necessário, também peçam medida protetiva para o Poder Judiciário”, destaca o delegado.

No mês de setembro de 2024, um caso de feminicídio em um estabelecimento comercial, no bairro Maturino Bello, também abalou a comunidade de São Pedro do Sul. “O autor matou a companheira  no interior de um mercado. O crime ocorreu no sábado de manhã e durante todo o sábado e o domingo eu estive envolvido juntamente com mais alguns policiais da nossa equipe de investigação, em tempo integral, para tentar localizá-lo. Nós o encontramos na tarde de segunda-feira, na BR 392, em Santa Maria. Certamente se tivéssemos mais policiais poderia ter conseguido uma resposta mais rápida. Mas conseguimos efetuar a prisão, já tínhamos feito a representação pela prisão preventiva . Foi uma situação que foi exitosa da nossa parte em um crime muito grave”, recorda o delegado.

Efetivo e viaturas

O efetivo da Polícia Civil de São Pedro do Sul conta hoje com o delegado titular mais seis policiais. “Não dá para dizer que é um efetivo pequeno, mas é insuficiente para a nossa realidade”, diz o delegado.

Ele cita o crime de estelionato como um exemplo de caso que exige um  envolvimento maior da equipe de Polícia. “Ao mesmo tempo em que hoje em dia a gente tem a tecnologia a favor da polícia, ela também está a favor dos criminosos. Nos crimes de estelionato,  embora a polícia tenha meios de investigar, eles demandam uma série de diligências técnicas muito grande como quebras de sigilo, especialmente quebra de sigilo bancário e telefônico, que não são medidas simples para todos os passos de uma investigação.  Os golpistas geralmente usam contas de laranjas, que só recebem de passagem e esse dinheiro segue. São necessários muitas diligências para que a gente chegue ao destinatário final. Então, em razão disso, o nosso número de policiais, assim como imagino em todos os órgãos de segurança pública, precisaria ser reforçado. Mas fazemos o nosso melhor para atender, pelo menos, os casos mais graves”, destaca Giovanni.

Sobre as viaturas, o delegado afirma que a Polícia Civil possui dois veículos, um de uso discreto e uma viatura ostensiva.  “Essa é uma demanda de toda a polícia civil hoje em dia. Tem se conseguido um reaparelhamento nos últimos anos para viaturas um pouco mais reforçadas, especialmente para o nosso caso, a nossa viatura para o tipo de geografia dos nossos municípios  ela não é a mais adequada, porque nós temos muitas estradas de chão, centenas de quilômetros de estradas rurais. A cobertura de algum modo sempre está um pouco curta, mas a gente vai sempre priorizando e já lançamos a ideia ao prefeito Fernando de em um futuro próximo conseguir, com o apoio da comunidade, aderir a um programa . do Governo Estadual. Esse programa permite aos empresários destinarem mensalmente parte do ICMS para a aquisição de equipamentos para a segurança pública, incluindo veículos. Esperamos conversar com as entidades nos próximos meses, apresentar as nossas ideias também com a Brigada Militar para conseguir melhorar as nossas viaturas”, ressalta Lovato.

Como colaborar com a polícia

A comunidade pode auxiliar o trabalho da Polícia Civil com o fornecimento de informações. As denúncias podem ser feitas de forma anônima pelos telefones:

-197;

–  (55) 3174-2274;

– WhatsApp (55) 98442-2809. 

De acordo com o delegado, através das denúncias um número expressivo de prisões foi efetuada. Ele reforça que a informação ganha ainda mais fidelidade quando a testemunha se identifica. “Só a denúncia por si só não leva a prisão de ninguém. A Polícia Civil faz uma investigação preliminar, em alguns casos consegue prender em flagrante , em outros casos representa ao poder judiciário, a partir dessas diligências, por mandados de busca e apreensão. Com essas ordens judiciais, no caso de tráfico de drogas, nós ingressamos nessas residências e se encontramos drogas, há a prisão em flagrante. O trabalho da Polícia Civil e da Brigada Militar é a partir de informações. A informação é a chave do trabalho investigativo, sem ela não se sai do lugar. Se a gente tem um testemunho onde as pessoas se identificam, a informação  tem um peso muito grande”, afirma Giovanni.

Ações para 2025 

Para este ano, entre os objetivos da Polícia Civil está o combate aos crimes de abigeato.No ano passado,  nos quatro municípios atendidos, nós tivemos os menores índices dos últimos 15 anos. Nós comemoramos, mas sabemos que quem tem a sua casa arrombada nunca fica contente, mesmo que esses índices em geral tenham apresentado uma redução. Seguimos trabalhando muito firme nas investigações de abigeato e crimes praticados no interior de propriedades rurais”, destaca Giovanni, afirmando ainda que outro compromisso da Delegacia será a atuação contra o tráfico de drogas. “Vamos seguir aprofundando as investigações,  identificando todo mundo que está envolvido”, ressalta.

A sede da Delegacia também contará com melhorias na infraestrutura. “Nós tínhamos uma deficiência aqui na nossa estrutura, a sala de registro e as outras duas salas não permitiam a completa privacidade de registro por falta das nossas divisórias não irem até o teto. Em uma parceria agora com o Sicredi de Toropi, a Delegacia de Polícia Civil de São Pedro do Sul foi contemplada com um valor que será destinado a aquisição dessas divisórias que faltavam e serão instaladas nos próximos dias. Esperamos com isso dar mais privacidade durante o registro, para que as pessoas se sintam mais a vontade de dar os seus relatos, sem medo de serem ouvidas por aqueles que estão circulando pela Delegacia”, afirma o delegado.

Giovanni diz ainda que a Polícia Civil continua com o compromisso de atender a todos da melhor forma possível. “Especialmente as vítimas. Temos a preocupação de que essas pessoas encontrem apoio na Polícia Civil”, finaliza. Por Andressa Scherer Tormes

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