O Internacional viajou até a Bolívia para enfrentar o Always Ready, na estreia da Copa Libertadores da América, e fracassou.
É sabido que a altitude de mais de 3.600 metros da capital La Paz faz muita diferença, mas não foi ela o fator principal para a derrota colorada, o Inter não se preparou bem para a partida. Miguel Angel em entrevista franca pós jogo admitiu que sua equipe esperava outra postura do adversário e que viu com surpresa os movimentos iniciais do Always, que a pouco tempo trocara de técnico, talvez o despreparo explique tantos equívocos, vejamos: a escalação inicial trouxe uma equipe totalmente descaracterizada da que vinha com sequência, da equipe vice-campeã brasileira muitos nomes foram trocados, normal para um momento em que se troca o treinador, porém tenho que, quanto mais uma equipe é repetida mais os movimentos desses jogadores vão sincronizando, ajustes pontuais são esperados em função dos muitos cenários que envolvem o jogo, vejam, ajustes pontuais, o time que foi a campo nunca tinha jogado junto.
O treinador colorado que ainda busca mudar o modelo de jogo de reativo para propositivo, faz muitas mudanças, uma competição disputada, com adversário campeão de seu país, apoiado pela altitude não tolera erros. É muito difícil nominar os jogadores e culpá-los pela derrota, quando se tem um Frankenstein montado pelo técnico. Os nomes escolhidos para iniciar a partida não eram os ideais, assim como alguns que os substituíram não poderiam ter entrado, o time teve 3 esquemas durante o jogo, foi pura desorganização, bagunça difícil até de entender.
Cada um na sua
O treinador ao montar sua equipe precisa ter o cuidado de escolher o melhor esquema que encaixe aos seus jogadores e não o contrário. Inclusive isso, já foi motivo de debate nesse espaço. Tem acontecido esse fenômeno mais uma vez pelos lados do Beira-Rio, o treinador para privilegiar seu desenho tático não considera as características individuais dos atletas. O caso de Patrick é notório. É claríssimo que o jogador, um dos destaques do último ano colorado está fora de posição. Patrick não é ponta, pois, não tem as qualidades para tal função, não é leve, não é rápido, não tem como principal virtude o 1×1, suas qualidades são de jogo intenso, físico e eventualmente ao buscar o flanco vindo do meio, usando a força, superar o marcador. Ora, o jogador foi colocado na ponta onde deve esperar (pelo jogo de posição) a bola chegar e a partir dali tentar fazer o que não vai conseguir. Um ativo do clube que despertou interesse em clubes do exterior e Palmeiras está fadado a ser reserva, pelo simples fato de que o treinador não conseguir trabalhar de maneira a privilegiar seus jogadores em detrimento de seu sistema.
O exemplo de Patrick é só um, vem acontecendo com mais jogadores, Edenilson, Maurício, Yure Alberto, e até mesmo o recém contratado Palácios que era destaque no seu antigo clube e seleção chilena pela criação, estão em lugares errados. Taison que nem se apresentou deu entrevista que rende e vinha atuando mais centralizado, contudo, o que o aguarda é uma ponta, mesmo com seus 33 anos. É visto que o Internacional não possui no seu plantel, jogadores de vitória de flanco.
Ramirez pode se adequar ao seu grupo, ainda está no período de avaliações, mas deve ser rápido o futebol brasileiro não dá muito tempo, como a Europa ou o Equador. Fazer o simples ás vezes é complicado. Cada um na sua talvez seja a chave.