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O PETRÓLEO É NOSSO E O ÔNUS TAMBÉM!

aO petróleo é nosso! Este foi o grito de guerra que rugiu Brasil afora quando se descobriu petróleo em nosso território. E quando se criou a Petrobras, ficou claro que a exploração de todas as etapas de produção seriam exclusivas da nova empresa, estabelecendo-se assim o monopólio que vigora até nossos dias.

Segundo informa a estatal, hoje o Brasil produz cerca de 3 milhões de barris de petróleo todo o santo dia e consome 2,5 milhões. Porém, porque nossas refinarias não estão preparadas para refinar o petróleo brasileiro, que é mais pesado, acaba tendo de exportar cerca de 1 milhão de barris e, em contrapartida, importa cerca de 300 mil barris diariamente de um petróleo mais leve que é utilizado para compor o blend, que é a mistura do óleo nacional com outros tipos, viabilizando o refino em nosso parque industrial.

Considerando que o consumo diário de petróleo no Brasil é de 2,5 milhões barris, vê-se que a conta não fecha. Partindo de uma lei do finado Getúlio determinando que os números não mentem (daí a Dilma ter inventado a tal de contabilidade criativa), chega-se à conclusão que o Brasil teria de importar além dos 300 mil barris, mais 200 mil, ou seja, um total de 500 mil barris diários.

Como não sou bom em matemática (e em outras coisas também), registro aqui a memória de cálculo: produz 3 milhões, exporta 1 milhão, importa 300 mil. Segundo Pitágoras esta conta de nível superior tem que dar 2,3 milhões. Como a Petrobras informa que consumimos 2,5 milhões de barris dia, teríamos de importar mais 200 mil barris.

Toda esta chatice de matemática é para afirmar que a política atual da Petrobrás de fazer variar o preço do petróleo de acordo com o mercado internacional e da variação do dólar é, para dizer o mínimo, safada. Ou então, os acionistas minoritários da Petrobrás e seus funcionários cheios de penduricalhos em seus salários astronômicos, decidiram que o respeitável público, todos nós, somos idiotas. Perdemos o respeito! Chato isso!

A guerra na Ucrânia, a pandemia, as hemorroidas do Putin, o poder de Biden, as orações do Papa, não ajudam a entender e aceitar esta situação de penalizar a distinta plateia com os aumentos dos combustíveis. E não adianta chamar o Procon porque a maracutaia foi bem montada, ou seja, não importa a imoralidade, o fato é que os donos da Petrobras fazem o que querem com o público que a muito deixou de ser respeitável.

Fazendo um raciocínio bem primário, os preços teriam de ser reajustados a partir da variação da cotação internacional do petróleo e da variação do dólar tão somente e na proporção do petróleo importado, ou seja, sobre os 500 mil diários.

Neste raciocínio, nem considero os efeitos da variação cambial sobre o 1 milhão de barris diários que a estatal exporta. Isso fica de lambuja para a estatal manter suas mordomias e remunerar os investidores.

Moral da história: primeiro, o petróleo, definitivamente, não é nosso. Segundo, mais cedo ou mais tarde a elevação do preço do óleo diesel cobrará a conta. Além de penalizar aos caminhoneiros, o aumento dos fretes impactam a inflação que interfere no cálculo da variação da taxa do dólar. Ou seja, o ônus será absorvido por nós. Coragem!

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