“As buscas ao foragido Leandro da Rosa Braz não pararam”, é o que afirmou nesta sexta-feira (2) o comandante da Brigada Militar de São Pedro do Sul, tenente Márcio Dias da Silva, que não descarta a possibilidade do “Lázaro de São Pedro”, como ficou conhecido, ainda estar na cidade. Porém, como a polícia não obteve novas informações concretas sobre a localização de Leandro, a procura também ocorre nas cidades da região.
As polícias dos municípios de Tupanciretã e Santa Maria foram acionadas e realizam buscas a partir de informações que são recebidas na Brigada Militar de cada cidade. Conforme Márcio, no município vizinho Santa Maria, moradores relataram ter visto o foragido e acionaram a polícia, mas nada foi constatado até o momento durante as averiguações. Em São Pedro do Sul, a Brigada Militar conta com os reforços das guarnições de Dilermando de Aguiar, Toropi e Quevedos.
Na última sexta-feira, 26 de janeiro, durante entrevista realizada pela Rádio Municipal São-pedrense e pelo Portal Gazeta Hoje, o tenente Márcio relatou as etapas das buscas e as dificuldades enfrentadas pela polícia. Fizeram os questionamentos a apresentadora do programa, Lisiane Silva e o diretor do Portal Gazeta Hoje, Jefferson Lenz (Kinha). A entrevista foi transmitida também através de live nas redes sociais.
O comandante Márcio relatou que no início das buscas, que ocorreram há mais de 20 dias, no interior do município, sabia-se que Leandro estava armado e foram deslocadas duas guarnições da polícia. Como não houve sucesso nas buscas iniciais, uma força tarefa foi montada pela Brigada Militar, Polícia Civil, Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e Grupo de Ações Táticas Espaciais (GATE) , com a realização de buscas no interior dos municípios de São Pedro e Toropi, bem como nas cidades.
De acordo com o tenente Márcio, o foragido é acostumado a interagir em locais de mato fechado, o que dificultou o trabalho da polícia. Além disso, informações inverídicas que foram disponibilizadas para a Brigada Militar atrapalharam as buscas. Por isso, o comandante ressaltou durante a entrevista, a importância da comunidade disponibilizar informações concretas.
Sobre o uso de arma de fogo durante a atuação da polícia, Márcio ressaltou que inicialmente houve disparo, pois sabia-se que o foragido estava armado. Porém, no decorrer das buscas foi constatado que Leandro não estava mais com a espingarda e o revólver que havia furtado, e com isso não foi mais feito uso de armamento, tendo em vista que conforme a legislação o disparo de arma de fogo só pode ser realizado pela polícia em legítima defesa.
O diretor do Portal Gazeta Hoje, Jefferson Lenz, que durante a cobertura para o site de notícias e redes sociais acompanhou o trabalho da polícia no interior do município, questionou o comandante da BM sobre a atuação na localidade de Baltazar, quando policiais da Brigada Militar avistaram o foragido e sairam em perseguição, sem sucesso.
O jornalista perguntou se no momento em que a polícia avistou o foragido a falta de equipamentos não foi um agravante que dificultou a captura de Leandro. “Se a polícia tivesse naquele momento um drone ou cães, a polícia ampliaria as chances de capturar o criminoso”, questionou Kinha.
O comandante Márcio ressaltou que foram solicitados os materiais e que chegou a ser feito o uso de drone após essa primeira visualização do foragido. Também foi feito o pedido de cães farejadores, porém não houve disponibilidade. Segundo ele, as atividades da Operação Golfinho no litoral ou alguma outra ocorrência atendida pela polícia pode ter impedido o envio dos cães.
Para Kinha, a Brigada Militar de São Pedro do Sul e a polícia da região estão fazendo o trabalho dentro das condições que possuem e espera que as autoridades superiores da Segurança Pública tenham mais atenção com o caso e que consigam prender o criminoso.“Entendo que o Alto-Comando da polícia e a Secretaria de Segurança Pública do Estado não olharam para essa situação como deveriam ter olhado”, afirma ele.
O auxílio da comunidade com o fornecimento de informações é imprescindível para o trabalho da polícia. Em São Pedro do Sul, o contato pode ser feito através dos telefones 190 (Brigada Militar) e (55) 3276 – 1553 (Polícia Civil).
Por Andressa Scherer Tormes