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A IRRACIONALIDADE ECONÔMICA

O abandono e o desuso do prédio do INSS em São Pedro do Sul é o mais gritante exemplo de irracionalidade econômica, que se traduz pelo mau uso do dinheiro público, sustentado pela força da burocracia para complicar a vida do brasileiro e aumentar o que chamam de “custo Brasil”.

A situação de abandono do prédio construído para abrigar o INSS em terreno doado pela Prefeitura Municipal, aonde chegou a funcionar o Pronto Atendimento Municipal e outros órgãos da saúde, é um monumento ao pouco caso com que os governantes tratam o dinheiro dos contribuintes. Desde 2005 quando, por politicagem rasteira, o INSS exigiu a entrega do prédio e, desde então, está ao abandono, pois nunca mais foi utilizado por qualquer órgão do poder público. Neste período, a Prefeitura Municipal obriga-se a alugar prédios para o exercício de suas funções, gastando recursos extremamente escassos e que melhor poderiam estar sendo utilizados, inclusive, na própria área da saúde pública.

A situação torna-se surreal quando as lideranças locais encaminham a solução para este verdadeiro absurdo moral e descobrem que, para regularizar a situação e retomar o bom senso, faz-se necessário a gestação de uma Lei. Pobre Brasil! Pobre de nós! Até quando será permitido que a burocracia, que só serve para atrapalhar a vida de quem trabalha e de quem produz, dará uma chance para a volta do bom senso e da racionalidade no trato da coisa pública?

O fato torna-se ainda mais deprimente quando se sabe das dificuldades, em função do jogo de interesses que cerca a criação de qualquer lei, legislar em benefício da população e dos cofres públicos.

Por tudo isso é elogiável e digno de todo e qualquer apoio o movimento surgido em nossa cidade para retomada do prédio que, por direito e por justiça, pertence aos são-pedrenses e à comunidade de nossa micro região, pois todos se beneficiariam de uma melhor e mais digna utilização deste prédio. É sintomático e digno de aplausos o fato de que todos, poder executivo e legislativo, ombreando com a Associação Comercial e Industrial de São Pedro do Sul e com o apoio do Sindicato dos Trabalhadores Rurais estejam somando forças e esforços para reconduzir o bom sendo nas relações entre instituições federais e municipais.

Não se vê como coisa normal a justicialização da administração pública, onde, até por omissão dos poderes executivo e legislativo, o judiciário é chamado para por ordem na desordem sintomática de outros poderes. Porém, nesse caso particular, em que se sabe que a criação e a votação de uma Lei que permita o município retomar o prédio do INSS é coisa que demandará muito tempo, dinheiro e energia, cabe perguntar: não haveria um recurso jurídico capaz de permitir que o Município ocupe e use o prédio até que uma lei definitiva contemple os interesses maiores da população? E, neste mesmo recurso obrigasse o governo federal ressarcir qualquer gasto necessário para tornar o prédio habitável?A expectativa é que o bom senso e a consideração dos interesses maiores da população prevaleçam neste momento e que possamos comemorar uma solução, mesmo que transitória, para por fim a mais esta irracionalidade econômica. 
(Este artigo foi publicado em 03/02/2017, mas continua atual).

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